O termo ONG abrange uma ampla diversidade de organizações, com as suas próprias temáticas, visões, valores e objetivos, razão principal de que as suas acções sejam amplamente heterogéneas. Mas o que é certo e comum, é o seu fim: a mudança, a transformação social e o respeito pelos direitos humanos.
São necessários muitos esforços para fazer com que o trabalho que as ONG realizam com os seus parceiros locais (organizações da sociedade civil, instituições académicas, de pesquisa, governos, etc…) seja eficaz e tenha um impacto mesurável na melhora das condições de vida dos povos onde atuam.
Um dos esforços a realizar é, sem lugar a dúvida, trabalhar de forma coordenada, desde a troca de informações e documentação sobre assuntos de interesse comum, ao estabelecimento de sinergias, colaborações e plataformas dinâmicas que promovam o diálogo eficaz entre os órgãos de todo tipo que trabalham em cooperação, com o fim de melhorar a provisão de serviços sociais básicos à população.
Como uma mostra evidente deste esforço, surge a celebração da “II Feira de ONG que trabalham em Saúde”, celebrada em Maputo (Mozambique) no passado 06 de Dezembro de 2013. Sob organização da Rede NAIMA+ (www.naima.org.mz), conformada por 38 ONG internacionais que trabalham na área de saúde e HIV/SIDA em Moçambique, foi realizado, por segundo ano consecutivo, este evento que, sem dúvida, promove, por um lado, a conscientização dos actores chave do sector e do público geral sobre a contribuição que as ONG fazem para o alcance dos objetivos de saúde definidos pelo governo, como também para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio. Por outro, foi uma excelente oportunidade para trocar experiencias, estabelecer parcerias e trabalhar coordenadamente visando aumentar o sucesso das nossas intervenções.
Tomando em conta esta iniciativa como um exemplo positivo e encorajador, não podemos deixar de dizer que no Sector da Saúde de Moçambique trabalham mais de 100 ONG internacionais (além das nacionais) e que nesta Feira, apenas estavam 28. Infelizmente, este facto indica o longo percurso que ainda temos por fazer para atingir uma coordenação e cooperação eficiente entre todos os actores do sector.
Na medicusmundi continuaremos a trabalhar para que todos “sejamos um” e com um único objetivo: a construcção dum sistema de saúde sólido, universal e que responda às verdadeiras necessidades do povo moçambicano.
Begoña Herminda Val
Representante da medicusmundi em Mozambique